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Luxo & Riqueza

segunda-feira, 31 de março de 2008

Sobre Alice, sonhos e ligações


Ela me ligou no meio da manhã. De longe. Sentia saudades. Depois dos habituais cumprimentos, a revelação. "Nunca estive tão só", disse, como se falasse da quebra da economia norte-americana. Coisa de quem é íntimo demais para fazer de conta que nada se passa.

Ele mandou email agradecendo. O outro também. Cordialidade e generosidade virtuais. Coisa de quem sabe que é preciso não confundir camudongo com rinoceronte e que a própria dor deve ter sua medida.

Ela me mandou uma mensagem de texto via SMS. Desfazendo um mal-entendido, explicando desencontros pela noite. No dia seguinte, ligou chamando para uma cerveja, tendo a calçada à guisa de mesa. Coisa de quem preza o outro, sente falta e zela pela companhia.

Ele me chamou para conversar pelo Msn. De novo promessas falsas, possibilidades inventadas e mentiras abundantes. Coisa de quem não entendeu que a mentira às vezes é por demais clara, gritante. E que assim nada se sustenta. Como não se sustentou. E ele soube.

Ele conversou comigo tête-à-tête, olho no olho, sob o sol da tarde. Coragem para sanar a dor, e deixar o amor vir à tona, como deve ser. Coisa de quem se tem, e entende que às vezes é preciso parar no meio do caminho para corrigir rotas, traçar novas trajetórias.

Ele me surpreendeu. Panoramicamente. Ligou ao meio-dia para dizer que havia sonhado comigo. "Um sonho muito doido!", definiu, a seu modo. No tal sonho, do nada, eu tinha aparência dos que têm sua idade, e estão iniciando a segunda década da vida. Ante seu estranhamento em sonho, eu explicava que havia tomado uma pílula para rejuvenescer e era aquele o resultado. Coisa de quem não consegue disfarçar que já pensa no outro mais que imagina, e por isso imagina o impossível.

Por fim, e como não poderia deixar de ser, ele, "Seu Jung", mais uma vez deu o ar da graça na vida desse humilde escriba virtual. Muito do que está nesse post foi provocado por um texto que analisava Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, que reli semana passada e encaminhei para vários deles. Como é sabido, ela, a protagonista do livro original, toma pílulas, come um pedaço de bolo e várias coisas estranhas lhe acontecem. Mensagem captada por Ele, que nunca leu nenhum dos dois textos, mas mesmo assim foi alcançado pela mensagem e sonhou com uma possibilidade de Alice. Fazer o quê?

O fimde




Dias intensos
estes. Começo de mês decisivo, porque de mudança. Mais de uma, para ser preciso. Além da óbvia, porque inevitável. Fim de semana atípico, surpreendente. Tarde dominical submersa. Tensões à flor da pele. Afetos pulsantes. Podem nos acusar de tudo, menos de superficialidade ou sentimentos rasos. Nada disso. Viver só tem graça se vigorosamente. Pelo menos eu penso, ou pensamos. Who knows?

Mas há que não se perder a leveza. Jamais. Por isso, os desfiles das Angels na pérgula da piscina; a série de solo de Daiane dos Santos; as coreografias de Axé. Assim como o Rei embalando a noite em sua gôndola em Veneza; a massa especial e cuidadosamente preparada; as conversas acalentadoras intermináveis.

Metaforicamente, voltei sem meus imprescindíveis óculos de grau. Sinal inequívoco de que é hora de abrir mão do que aparentemente seja imprescindível. Pelo menos por um tempo. Alguns dias, quiçá. E depois ser novo, ter o novo (ah, mania de procurar sentido nas menores coisas! fazer o quê? É essência e uma das poucas coisas que aprendi é que não se pode lutar contra o que nos é essencial).

Por falar em essência, eles o são. E sabem, acredito. Os que me faziam companhia lá, os que ficaram aqui. Bom tê-los. E saber que os tenho. Principalmente em dias de auge de inferno astral. Mas isso é outro assunto. Para depois, bem depois.

Pérola do dia

terça-feira, 25 de março de 2008

"Amanhã você vai acordar com o corpo meio lascado, mas não se preocupe não que em coisa de duas semanas ele (o corpo) já vai estar acostumado e a gente começa a pegar mais pesado".

(Do instrutor de uma pessoa ali, vocês não conhecem não, ao se despedir do novo aluno, destruído a essa altura, depois do primeiro dia de aula na academia de ginástica. E o melhor, a frase foi à guisa de consolo. Não é um espetáculo?)

Sobre saia justa



No words

Sobre Nós

segunda-feira, 24 de março de 2008




"Uma conversa franca pode ser realmente definidora. Útil e 'desatadora de nós'. Desatar 'nós', para que fique o 'eu' e o 'você'".

(De uma conversa reveladora pelo Msn com Heidi, como sempre esbanjando cultura, erudição, discernimento, sofisticação no falar e conhecimento. Adoro!)

Momento "Sonho de Consumo"

Lançamentos

"As facas que cortavam tudo, As meias que nunca puxavam o fio, Titanic, o filme mais caro da história, o som de Chico Science, a primeira festa rave no Brasil, a invasão das novelas mexicanas, o gol do título feito pela barriga de Renato Gaúcho... As grandes referências dos anos 90, nos mais variados assuntos, estão no novo volume da coleção Almanaque. Uma divertida volta a um passado não tão distante, mas que marcou a vida de muita gente."

Indicação de Heidi, que é pessoa das mais bem-informadas.

Não é por nada, mas tem coisa de dois, três meses que este humilde escriba virtual e uns três amigos ali, vocês não conhecem não, conversaram longamente sobre a necessidade de se parar para analisar a herança dos 90s, já que estamos no fim da primeira década do século 21 e ainda agarrados aos 80 (como referência estética). E chegamos até a fazer nossas próprias listas do que era a cara da década passada, quase um pré-Almanaque.

Isso é o que eu chamo de vanguarda...

E não é?

Do site Mix Brasil:
"O polêmico ex-big brother Marcelo Arantes e o jornalista Zeca Camargo foram vistos almoçando juntos na tarde da última quinta-feira (20), no Rio de Janeiro.

Os dois foram fotografados saindo juntos do restaurante Giuseppe Grill, no Leblon, zona sul da cidade, mas não se sabe exatamente a origem da amizade.

De acordo com a assessoria do mineiro Marcelo, os dois teriam se encontrado para falar sobre um possível quadro que ele terá no Fantástico. O contrato do psiquiatra com a Rede Globo vai até o dia 8 de julho".

Sinceramente, entendi...

Total Changing


Amanhã começa mais uma etapa do projeto Total Changing. Depois de vários adiamentos por motivos muitos, finalmente este humilde escriba virtual começa a freqüentar uma academia de ginástica. Não precisam disfarçar os risos. Não estou me rendendo à "demanda do mercado", são ordens médicas, babies. Essa é a motivação, o resto é conseqüência. Bem-vinda, claro.

Semana Santa das mais surreais. Como tem sido a vida, aliás, e isso já é sabido. Festas imprevistas (e imprevisíveis) no Loft, saias justas de napa sem uma fenda lateral sequer (o que não é nenhuma novidade), e sono, muito sono ao longo do dia. Pelo menos houve o descanso, necessário. Principalmente depois de quiz musical, inusitadas performances ao som de O Canto da Cidade e A Roda, e duelo de duas madrinhas de bateria ali, vcs não conhecem não, que disputaram entre si para ver quem tinha mais samba no pé. Isso mesmo. Mais não revelo nem sob tortura.

Decidi finalmente inaugurar o Ipod (ainda estava na caixa até hoje). Trilha sonora agitada para a rotina de levantamento de pesos, alongamentos, e pulos de Body Jump que se desenha pela frente. É a vida que já começa a mudar - ainda que em detalhes miúdos. Mas para mim, já são mudanças. E é isso que interessa.

Ah, e teve também o reencontro com Ele (ainda que rápido e tenso) e a overdose sentimental da madrugada de segunda com direito a música ao vivo no bar com nome de ilha paradisíaca. E as saudades de Izabel, que ainda está em missão profissional no Sertão.

P.S. À guisa de explicação, o ginasta Diego Hypólito (cuja foto ilustra esse post) terá que se submeter a uma cirurgia no joelho amanhã. E interromper por pelo menos um mês seu treinamento rumo à Olimpíada. Entendo muito pouco de esportes, admito, mas sei muito bem o que é ter que interromper processos em curso por conta de cirurgias corretivas. Não só por isso, Lingua desde já está na torcida pela plena e rápida recuperação do moço, que além de tudo é um super fofo.

Realizar

quarta-feira, 19 de março de 2008
Frase do dia:
"Quando você se realiza, realiza a vida de todo mundo ao seu redor. O que você quer para a sua vida? Realize".
(da nova campanha publicitária do Banco Real, um primor de VT, lindo mesmo, delicado e inspirado - eu recomendo)

Calvário

segunda-feira, 17 de março de 2008


Por mais que se tente, é impossível esquecer que a Semana é Santa.

Ou seja, é tempo de penitência. Mesmo que tentemos (all the time) ter uma nesga de diversão, Deus não nos deixa esquecer que é tempo de provação, resistir a tentações (assim como Ele o fez), respirar a angústia, suportar a cruz e seguir o calvário. Em busca da Ressureição no domingo.

Se é assim para todos, não seria diferente para as que têm asas. Não por acaso, um tal de Seu Jung ali andou visitando o Loft nessa segunda-feira. À guisa de sincronicidade (ou coisa que o valha) tentou Alessandra, Adriana e Izabel. Com diferentes estratégias, claro. Mas o fez (não Ele, claro, mas seu adversário na guerra pela alma das gentes).

Resistimos, todas, bravamente. Ao menos por enquanto. E não sem dor, não sem pesar, não sem sofrimento. Mas a Semana é Santa. É tempo de provações. E não comer carne vermelha - ou jejuar - é a menor delas. Eis a mensagem clara.

É preciso abdicar de si, para que o milagre se dê (assim como Ele o fez, repito). Metaforicamente, no nosso caso. Até porque, longe de nós querer nos igualar a Seu sacrifício.

Mais que ovos de chocolate, queremos (falo por nós com certeza intuitiva, sem autorização alheia) a redenção no terceiro dia. Porque a Páscoa, como este humilde escriba virtual aprendeu ainda pequeno no Colégio São Francisco de Assis, é a Vida Nova, é o Renascer, é a vitória sobre a Morte. E é isso do que mais precisamos.

Vencer o que está morto em nós (ou deveria). E celebrar a vida.

Beautifull Day

domingo, 16 de março de 2008


Ele é um amor antigo. E dos mais verdadeiros. Se eu não me engano, tem coisa de 20 anos que nos conhecemos. E que nos temos. Na Diáspora Caeté, bandeei-me para terras alencarinas, em busca de um sonho. Ele correu atrás do dele, largou o emprego burocrático no banco e foi para Sampa. E, melhor de tudo, realizou.

Sem exagero, devo minha vida a ele. Explico. Uma noite, lá pelo começo da década de 90, estava com um revólver apontado para minha cabeça quando ele entrou na lanchonete onde eu estava, dirigiu-se ao rapaz que me ameaçava (conhecido dele) e o convenceu a não disparar a arma. Simples assim. Tarantino é nada perto do cotidiano de uma certa cidade no Agreste alagoano ali, vocês não conhecem não.

Antes, já éramos muito amigos. Depois disso, então, melhor nem falar. Vivemos tempos dos mais bacanas na Terra dos Marechais. E domigueiras inacreditáveis na casa da Capela da Pintanguinha. Companheiro para todas as horas, ombro sempre à disposição, riso fácil, humor ácido, inteligência aguçada, talento musical raro.

Apaixonado pelo U2, foi a ele que dei um CD importado de raridades do grupo em aprensentações ao vivo. Jesus was a cool guy era o título, se não me trai a memória. E foi uma das melhores coisas que eu poderia ter feito. E já fiz.

Agora há pouco, reencontrei-o pela TV. E foi uma felicidade vê-lo em plena Globo, tocando na casa dos Big Brothers. Belo como sempre, à vontade como nunca ao lado de um certo Paulo Ricardo.

E deu uma saudade. E deu uma nostalgia de quando estávamos a alguns quarteirões de distância física apenas. Que falta ele me faz. Inda mais nesses dias de inferno astral que precedem certa data. Inda mais nesses dias em que me sinto à margem, longe demais.

Ele sabe que o amo. Assim como sei que esse amor é recíproco. Inequivocadamente. Tão bom não ter dúvidas quando o assunto é afeto. Tão bom saber que ele está bem, como merece. Que assim seja.




P.S. Nota do Lingua: Ele é o do meio, de gorro, entre o Paulo Ricardo e um outro músico da PR5 (que eu não sei o nome)

Só um quartinho

sábado, 15 de março de 2008


Promessas de vida
melhor no futuro. Ou num futuro? Sabe Deus. Daniela Mercury na TV me faz lembrar de dias melhores. Sim, eu os tive. Pelo menos acredito nisso. E quero mais ainda acreditar que os terei mais para frente.

"Todos os homens que tive eram mero simulacro do que eu gostaria que eles fossem", disse o Benny essa semana em Queridos Amigos. DNA de Caio Fernando Abreu exposto. Reconhecimento imediato. Fazer o quê?

Fim de tarde de sábado vazia. "Não gosto dessa hora. Nem é dia, nem é noite. Gosto do dia e da noite. Não dessa indefinição", diz o orixá vivo, também na TV. E eu querendo que todas as indefinições da (minha) vida fossem essa. Nem dia, nem noite. E a sorte?

Dias estranhos, esses. Parece que perdi a conexão, cheguei tarde e o vôo já saiu. Alguém nesse balcão pode me informar quando é o próximo vôo para o meu destino? "O senhor pode me informar qual o seu destino?". Aí já é querer demais. No show.

Saudades das Angels. Saudade do futuro. Saudade de mim (não esse de agora, mas de quem eu fui e de quem me orgulho muito). Vontade de não. Só isso. Não.

Alguém aí tem um quartinho de lexotan, por favor? Estou pregado...

Momento Muito Franca



Sem palavras.

Momento filosófico 2

quinta-feira, 13 de março de 2008

Posso fazer nada. É assim mesmo. E é a cara de uns amigos meus ali, vocês não conhecem, em pleno meio-dia fritando numa rave.

Momento filosófico 1

Posso fazer nada, é assim mesmo. E é a nossa cara.

E se...

segunda-feira, 10 de março de 2008
Soube da brincadeira pela Bia, do Playing Games, que soube por uma amiga que eu não conheço. Anyway, topei e fiz. A idéia é responder rapidinho, sem pensar demais. E se revelar. Então, lá vai...

Se eu fosse um mês seria... abril
Se eu fosse um dia da semana seria... sábado!
Se eu fosse um número seria... 9
Se eu fosse um planeta seria... Saturno ( e os anéis?!)
Se eu fosse uma direção seria... Go West
Se eu fosse um móvel seria... Cama
Se eu fosse um líquido seria... cerveja
Se eu fosse um pecado seria... luxúria (fazer o quê?)
Se eu fosse uma pedra seria... diamante (que é para sempre)
Se eu fosse um metal seria... ouro
Se eu fosse uma árvore seria... Arapiraca (por motivos óbvios...)
Se eu fosse uma fruta seria... morango
Se eu fosse uma flor seria... orquídea (das selvagens, que eu não sou nem bobo)
Se eu fosse um clima seria... frio
Se eu fosse um instrumento musical seria... piano
Se eu fosse um elemento seria... fogo
Se eu fosse uma cor seria... vermelho
Se eu fosse um animal seria... gente
Se eu fosse um som seria... barulho de chuva caindo no telhado
Se eu fosse uma letra de música seria... muitas, muitas mesmo
Se eu fosse uma canção seria... muitas, muitas mesmo
Se eu fosse um estilo de música seria... MPB
Se eu fosse um perfume seria... vários
Se eu fosse um sentimento seria... ânsia
Se eu fosse um livro seria… A hora da Estrela ou qualquer um do Caio
Se eu fosse uma comida seria… Lazanha
Se eu fosse um lugar seria... Nova York
Se eu fosse um gosto seria... agridoce
Se eu fosse um cheiro seria… forte
Se eu fosse uma palavra seria… intenso ou pletora
Se eu fosse um verbo seria… ser
Se eu fosse um objeto seria… canivete
Se eu fosse uma roupa seria… t-shirt branca
Se eu fosse uma parte do corpo seria… cabeça
Se eu fosse uma expressão seria…"Sem dar uma nesga de ousadia..."
Se eu fosse um desenho animado seria…
Se eu fosse um filme seria…Terra Estrangeira, do Waltinho
Se eu fosse forma seria… multifórmico
Se eu fosse uma estação seria… inverno
Se eu fosse uma frase seria…"Prefiro ser essa metamorfose ambulante"

Momento "Vitrola"



Noites de trilha sonora inusitada na alma. E a certeza de que nunca o destino esgota sua capacidade de surpreender, dar rasteiras, abalar certezas e deixar tudo de cabeça para baixo. Ou não. Caetaneamente.

Há uma semana uma canção dos 80s não pára de ecoar. Baader-Meinhof Blues no Ipod mental martelando. "A violência é tão fascinante / E nossas vidas são todas normais / Mas você passa de noite / E sempre vê apartamentos acesos". Salve o mestre Renato, que, aliás deu o tom do fimde. E do início da semana.

Sim, porque o domingo foi marcado por Eduardo e Mônica. "E quem um dia irá dizer / Que existe razão / Nas coisas feitas pelo coração? / E quem irá dizer / Que não existe razão?". Isso para citar a parte menos reveladora da letra.

Ou, como diria um amigo meu ali, vocês não conhecem não, que preferiu traduzir o turbilhão emocional do domingo com uma canção de um finado grupo de axé music (sim, isso mesmo!), que tem o singelo título de A nova loira do Tchan. Para ser específico, um certo trecho que define: "Ela é um ae-reoro-plea-plan-nê-ó-nó, um avião!... Voa! Voa!". Questões mínimas de gênero à parte.

Ainda me recuperando do momento Quixabeira do fimde anterior - "Amor de longe, benzinho / É favor não me querer / Dinheiro eu não tenho, benzinho / Mas carinho eu sei fazer até demais"- sou surpreendido pela nova trilha sonora. Fazer o quê? Haja capacidade de memória no tal Ipod.

Isso depois de um sábado igualmente "turbilhão", com tarde maravilhosa, noite das mais agradáveis e fervidas e final catastrófico. Aqui cabe uma ressalva, aliás. Noite com trilha sonora profética, eu diria, com direito a Folhetim e tudo. "Se acaso me quiseres / Sou dessas mulheres / Que só dizem sim...". E não é a mim que me refiro, se é que vocês entendem.

Enfim, "que venha o fogo então", para citar Renato em Fábrica. Por enquanto é tempo de dúvidas. Muitas informações intensas (minha nova palavra predileta) ao mesmo tempo. Será que o futuro aponta para Red Hot Chilli Pepers, tatuagens tribais, Pearl Jam, noites de tequila etc? Quem sabe? "E o resto desse romance só sabe Deus", como diria Gal Costa em Dez Anos.

No mais, uma certeza. Citando o mestre Renato mais uma vez, agora em Acrilic on Canvas, uma de minhas prediletas. " Às vezes é difícil esquecer / - Sinto muito, ela não mora mais aqui". E nunca foi tão bom ouvir/dizer isso.

P.S. Como confusão pouca é bobagem, acabo de baixar dois CDs do bardo Nando Reis. E tome-lhe "Não vejo a hora de te encontrar / E continuar aquela conversa / Que não terminamos ontem /Ficou pra hoje", de All Star; "O que você está dizendo? / O que você está fazendo? / Porque que está fazendo assim?" e "O que está acontecendo? / O mundo está ao contrário e ninguém reparou / O que está acontecendo? / Eu estava em paz quando você chegou", de Relicário; "A letra A do seu nome / Abre essa porta e entra / Na mesma casa onde eu moro", de A Letra A; ou "Não digo que não me surpreendi / Antes que eu visse, você disse / E eu não pude acreditar / Mas você pode ter certeza / De que seu telefone irá tocar / Em sua nova casa / Que abriga agora a trilha / Incluída nessa minha conversão...", de O Segundo Sol. Precisa dizer mais? Pelo sim, pelo não, melhor evitar CDs de Alcione e seu Menino Sem Juízo. Não é?


Alguma coisa acontece no meu coração...

sexta-feira, 7 de março de 2008


E teve São Paulo, no fimde passado. E nunca essa cidade foi tão sinônimo de afeto. Pelo menos para este humilde escriba virtual. Amores escorrendo pelas veredas da Selva de Pedra. Parecia miúda, a grande metrópole, tantas foram as demonstrações de gostar.

E teve Léo, Bia e Davi. Cada vez mais uma parte de mim que mora por lá. Na bagagem de volta, a certeza de não estar só, enquanto eles estiverem por esse planeta, tamanhos os cuidados, alegrias, compreensão, gentileza e felicidade em estar juntos. De novo.

E teve Claudim, irmão de primeira hora e perfeito companheiro de jornada. Companhia providencial e das mais necessárias, responsável por muita parte do encanto da estadia em Sampa.

E teve a Van e sua pequena, que está enorme. Reencontro que deixou claro o que nos une. E não é pouco. Parecia que fora ontem que nos vimos, entre uma e outra pergunta do Quiz. O tempo real sem fazer a menor diferença. Assim como deve ser entre os que se têm.

E teve supresa. Das boas. Como encontrar a Lili no sinal, 20 anos depois, e reconhecermos em nós os adolescentes que fomos, estudando teatro em BH no fim da década de 80. Uma coisa Queridos Amigos.

E teve aquisição das mais luxuosas, Caro. Uma pérola de inteligência, elegância e delicadeza. Além de beleza, que é fundamental (e não sou eu quem diz isso...).

E teve o amor dos daqui, fazendo companhia via embratel quase 24 horas por dia. A par de cada passo, conquista, farra.

E teve saia justíssima de napa sem um fenda lateral sequer. Até porque era esse humilde escriba virtual quem viajava, se não tivesse não o seria. Nada que dois dedos de diplomacia e educação não resolvesse rapidamente.

Em compensação, teve o encontro. Sim, o encontro da madrugada do sábado, que deveria ser fortuito por definição, mas se desdobrou em café da manhã na Hadock comecinho do dia, jantar à noite na Vila Madalena, bar com os meus depois, e a alegria de ter um ao outro all nigth long. Em paz, e na serenidade do querer. Pequena epifania traduzida em emails ao longo da semana.

E tem a vida que anda, corre e se refaz sempre. Moto contínuo. Porque a gente precisa. E merece muito.

P.S. E teve o orixá vivo no Rio, dias antes, mas isso é assunto para outro post.

Dali, de Salvador


Que nada na vida é por acaso, há muito tempo fui informado. E já vivi tempo suficiente para provar a veracidade do dito. Mas "seu" Jung e "seu" Campbel parecem apostar na minha incredulidade e nas últimas semanas se esforçam para que tudo ao meu redor sejam evidências e mais evidências de sincronicidade, inconsciente coletivo e conceitos que tais.

Hoje atentei que há muito meu filme preferido é um tal de O Anjo Exterminador, de um moço chamado Luis Buñuel, parceiro de um certo Salvador Dali na direção de um filme intitulado O Cão Andaluz (cuja imagem de uma cena ilustra esse humilde post). O Anjo Exterminador... sintomático, não? Não só pelo trocadilho (impagável) do título, mas também, por ser de um dos marcos do Surrealismo, estilo que tem marcado meus dias.

É sério, não duvidem. Para o bem e para o mal. Tanto que ontem eu e um amigo meu ali, vocês não conhecem não, diante da quantidade absurda de situações surreais all night long nos sentimos na obrigação de escrever um hai kai (gênero de poema oficial das Angels, aliás), que minimamente representasse esses dias de som, surpresa e fúria.

Ei-lo. Modestamente, devo dizer que é a tradução do que nos tem acontecido. Não exata, até porque sempre soube que a exatidão é um mito. Impreciso, inclusive. Mas aproximada (e bem humorada) do que temos vivido.

Que Dali, que nada
Surreal mesmo
é o povo Daqui!

Just for you (& me!)

quinta-feira, 6 de março de 2008


Homenagem a um amigo meu ali, vocês não conhecem não, de quem morro de saudades. Sempre.

Socorro (Arnaldo Antunes)

Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...

Socorro!
Alguma alma
Mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena
Qualquer coisa!
Qualquer coisa
Que se sinta...

Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa
Que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...

Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro!
Eu já não sinto nada...

Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir...

Socorro!
Alguma alma
Mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...

Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena
Qualquer coisa!
Qualquer coisa
Que se sinta...

Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa
Que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...


P.S. - Sim, o Lingua voltou. E com asas. Não sei por quanto tempo, mas isso não faz muita diferença agora. O importante é estar de volta. E bem. Muito bem.