Blogger Template by Blogcrowds

Eterna Musa

sábado, 26 de julho de 2008


Deixaram meu
nome na lama. Acusado de furto até fui, dentre outras calúnias.

Pobres mortais.

Não sabem
o que é criar expectativas - e alimentá-las. Tsc, tsc, tsc.

Então, para
os incrédulos, os despeitados, os maledicentes e, principalmente, para aqueles que sempre acreditaram que este humilde escriba virtual manteria sua palavra e publicaria o combinado, eis a letra da canção gestada a trocentas
mãos e línguas, ode à nossa musa Papel.

Ainda à espera
que Jorge Vercilo a musique e dê-lhe métrica e compasso.

Nossa parte
está feita. Minha parte está feita.

Que Caetano
a regrave daqui a alguns anos, em suas releituras do pop que campeou a primeira década do século XXI.



Estados Unidos da América
ou A Mulher Que Amo






Não me acusa,
Minha musa.
Voz de Vanuza,
Cabelos de Medusa,
Mata Hari da Yakuza,
Minha Lusa.


Eu e você na mesa com Danuza
Comendo filé de merluza
Ao som de Cazuza
No bistrô de Inês Fiuza

Enquanto nosso olhar se cruza
Tira esse batom Made in USA,
Faz cara de confusa
E posa de reclusa

Mulher de luz difusa
Quero que me seduza
Deixa que eu te reluza
Arranca essa blusa,
Por favor não me recusa

Me conduza,
Me introduza,
Sua intrusa.
Perdoa esse velho Zuza
que só te abusa
E não te lambuza

Eu não te disse, Aretuza?
Você é muito confusa!

Saudade



"Josué, faz muito tempo que eu não mando uma carta para alguém. Agora estou mandando essa para você...

Você tem razão. Seu pai ainda vai aparecer, e com certeza ele é tudo aquilo que você disse que ele é.

Eu lembro do meu pai me levando na locomotiva que ele dirigia. Ele deixou eu, uma menininha, dar o apito do trem a viagem inteira. Quando você estiver cruzando as estradas no seu caminhão enorme, espero que você lembre que eu fui a primeira pessoa que te fez pôr a mão num volante.

Também vai ser melhor você ficar aí com seus irmãos. Você merece mais do que eu tenho para te dar. No dia que você quiser lembrar de mim. dá uma olhada na fotinha que a gente tirou junto.

Eu digo isso porque tenho medo que um dia você também me esqueça.

Tenho saudades do meu pai. Tenho saudades de tudo...

Dora"

Carta de despedida de Dora para Josué em Central do Brasil.

Circuladôdefulô

sexta-feira, 25 de julho de 2008

"O maior problema de namorar um bissexual é que o risco de ser traído é duas vezes maior".

"Tão engraçado vocês falando que fizeram amor ontem à noite enquanto eu nem trepar trepei!"

"Passado de namorado é igual a cozinha de restaurante: melhor não conhecer. Conhecendo corre-se o risco de perder a vontade de comer".

"Por que ainda tem gente que insiste nessa besteira de não pegar o mesmo cara mais de uma vez? Ainda mais aqui!".

"Melhor que dormir juntos é acordar juntos. O que hoje em dia é muito difícil".

" - Deixa de ser grosso!
- Tanta gente iria reclamar que não valeria a pena"

"- Tem alguma coisa em você que me soa familiar...
- Vai ver você está no meu Msn de pegação faz é tempo..."

"- Eu costumo comer massa em casa.
- Ah, você costuma comer Márcio em casa?"


Nota do Editor: Frases ouvidas na última semana em espaços de convivência social, coletadas aleatoriamente para futura pesquisa acadêmica.

No words

To Paper, with love
Tongue

Cena, Alteridade e Pertença

terça-feira, 8 de julho de 2008

Assistir a Jogo de Cena, novo filme de Eduardo Coutinho com estréia prevista em Fortaleza para esse fim de semana, é uma experiência reveladora. Ao menos o foi para esse humilde escriba virtual. Perceber-se enganado pela narrativa do mestre, permitir-se ser ludibriado pelos depoimentos das atrizes/entrevistadas, reconhecer-se na farsa proposta pelo longa-metragem é dar-se conta do quanto somos atores e platéia todo dia em nossas relações.

Afinal, até que ponto somos o que dizemos ser? Até onde são nossas as venturas e desventuras que gozamos e sofremos? E, tão importante quanto, o outro com quem convivemos é de fato o que se mostra? O que nos faz ver? Oh, mundo cheio de questionamentos esse.

Talvez todo o interesse de Jogo de Cena tenha sido reforçado pelos conceitos de Alteridade e Sentimento de Pertença que por acaso voltei a estudar no último fim de semana. O primeiro refere-se à capacidade de se colocar no lugar do Outro e de sua condição. Parece difícil e pode até sê-lo de se exercer na vida, mas não o é no plano das idéias. É só lembrar do seguinte trecho de Para Maria da Graça, texto genial de Paulo Mendes Campos: “Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gato se fosses eu?".

O segundo conceito trata do sentir-se pertencente a, do fazer parte de (grupo social, tribo, região, nacionalidade etc). Os dois, para mim, são fundamentais no viver o cotidiano. Tanto saber do outro quanto conhecer o que me é, de onde sou, a que comunidade pertenço. E nela reconhecer sinais. Os meus e os dos outros. Em nenhum momento afirmo ser fácil essa prática. Agora mesmo estou às voltas com tentativas de. Em processo. Mas é de processos que a gente é feito, não é? Talvez, na verdade, devesse assistir a Jogo de Cena mais uma vez...

Nova Temporada

terça-feira, 1 de julho de 2008


É assim.
Do nada, melhor dizendo, como se fosse do nada, um observador mais atento percebe que as coisas mudaram. É que no motocontínuo "disto que chamamos descuidadamente de vida" às vezes falta tempo para se dar conta que, sim, ela corre, por mais incrível que isso possa parecer.

Na verdade, nessa suposta série televisiva em que somos protagonistas chegou nova temporada. Não que essa novidade seja inteiramente positiva. Mas o é por si só. É sinal inequívoco que temos mais dramas pela frente. E por favor não entenda drama na acepção mexicana do termo, e sim em seu sentido grego de origem: ação.

Esse humilde escriba virtual não fala por si só. Refere-se aos rumos de muitos de nós, que estamos pertos e compartilhamos núcleos dramáticos. Como em qualquer seriado congênere, alguns personagens se foram, ficaram devidamente guardados na etapa passada. Outros ganham agora lugar na trama, novos pares se formam, outros casais se desformam, novos conflitos se dã. Mas é aí que, por mais doloroso que seja, impera a graça, o sentido.

É saber-se vivo. Com direito a novas falas, cenas, seqüências, situações. Sobreviventes de edições passadas, de emoções passadas. Superando obstáculos e dispostos a enfrentar os próximos. Aptos a desfrutar das próximas delícias, sabores, encantamentos e felicidades.

O permanecer no ar mostra que ainda nos há público. Mais. Indica que ainda somos. E seremos. Verbo conjugado em carne no presente, passado e muito futuro. Quem sabe até num longa-metragem algum dia.

E as Carries, Brians, Heides, Mikes, Samanthas, Izabels, Charlottes, Teddys, Adrianas, Emmets, Mirandas, Alessandras e tantos outros que habitam em nós - e entre si interagem - ganham novas possibilidades de um final feliz. Até um próximo episódio ou outra temporada.

SOBEM CRÉDITOS