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Cena, Alteridade e Pertença

terça-feira, 8 de julho de 2008

Assistir a Jogo de Cena, novo filme de Eduardo Coutinho com estréia prevista em Fortaleza para esse fim de semana, é uma experiência reveladora. Ao menos o foi para esse humilde escriba virtual. Perceber-se enganado pela narrativa do mestre, permitir-se ser ludibriado pelos depoimentos das atrizes/entrevistadas, reconhecer-se na farsa proposta pelo longa-metragem é dar-se conta do quanto somos atores e platéia todo dia em nossas relações.

Afinal, até que ponto somos o que dizemos ser? Até onde são nossas as venturas e desventuras que gozamos e sofremos? E, tão importante quanto, o outro com quem convivemos é de fato o que se mostra? O que nos faz ver? Oh, mundo cheio de questionamentos esse.

Talvez todo o interesse de Jogo de Cena tenha sido reforçado pelos conceitos de Alteridade e Sentimento de Pertença que por acaso voltei a estudar no último fim de semana. O primeiro refere-se à capacidade de se colocar no lugar do Outro e de sua condição. Parece difícil e pode até sê-lo de se exercer na vida, mas não o é no plano das idéias. É só lembrar do seguinte trecho de Para Maria da Graça, texto genial de Paulo Mendes Campos: “Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gato se fosses eu?".

O segundo conceito trata do sentir-se pertencente a, do fazer parte de (grupo social, tribo, região, nacionalidade etc). Os dois, para mim, são fundamentais no viver o cotidiano. Tanto saber do outro quanto conhecer o que me é, de onde sou, a que comunidade pertenço. E nela reconhecer sinais. Os meus e os dos outros. Em nenhum momento afirmo ser fácil essa prática. Agora mesmo estou às voltas com tentativas de. Em processo. Mas é de processos que a gente é feito, não é? Talvez, na verdade, devesse assistir a Jogo de Cena mais uma vez...

3 comentários:

  1. Beto Stein disse...

    Previlégio não só ver o filme com vc, mas principalmente dividir as inquietações que ele nos provoca..
    Nossa vida é um grande processo recheado por um milhão de outros menores. Alguns com gosto de chocolate, outros, de jiló..Faz parte.

    8 de julho de 2008 às 14:22  

  2. Cinéfilo disse...

    Eu ainda quero ver o filme. Segunda feira foi ontem...

    8 de julho de 2008 às 16:48  

  3. PAPEL disse...

    Quem escreveu esse mensagem acima foi Papel e não Cinéfilo.

    8 de julho de 2008 às 16:50  

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