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Roller coaster

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Fosse este humilde escriba virtual gente de pouca fé, desconfiaria que "Deus - ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus" - anda meio atravessado com aquelas que têm asas. Desde um certo agosto tenebroso, são muitas as aflições a cruzar-lhes passarelas, quebrar-lhes saltos, borrar-lhes o rímel.

Uma hora The Beauty, noutra The Baby, mais acolá The Goddess. Nenhuma escapou de desditas, solavancos, abalos. E é quando se pára para enxergar de perto as razões das lamúrias que se dá a revelação da pequena epifania (para citar o mestre Caio, autor das aspas acima) e subverte-se a linha de pensamento.

Explico. É que quando era The Beauty a comer o croissant que Lagerfeld amassou, The Baby foi apoio de primeira hora e não deixou que ela descesse do salto agulha e abandonasse de vez as passarelas internacionais. Mais tarde, The Goddess chegou e não saiu de perto, zelando por cada ensaio de volta ao catwalk.

Quando The Goddess sofria mais que estagiária incompetente e mal vestida nas mãos de Anna Wintour, The Beauty e The Baby não piscaram nem com o flash mais forte, acorreram à sua companhia e recusaram a capa da Vogue America e da Elle France caso alguma do trio tivesse que ficar de fora (mesmo que às vezes chegassem a esperar madrugada adentro por um encontro marcado por ela e não efetivado).

Nos momentos em que The Baby esmorece e fica mais triste que candidata a America´s Next Top Model ao ser eliminada do programa por Tyra Banks, The Beauty e The Goddess cancelam entrevistas no David Letterman, suspendem prova de roupas para o desfile/despedida de Valentino e empenham seus cílios postiços e delineadores franceses a arrancar um sorriso da amiga.

É esta a epifania - "miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia a dia", nas palavras de Caio mais uma vez. As que têm asas se têm e isso faz toda a diferença em momentos de montanha-russa sentimental como estes. Até porque montanha-russa é assustador e divertido, mas sozinho não tem a menor graça.

Strike a pose!

1 comentários:

  1. Anônimo disse...

    "Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos" (de Moraes)

    15 de fevereiro de 2008 às 07:19  

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